Promoção da saúde da criança escolar e a identificação de determinantes sociais: relato de experiência

Ailton de Souza Aragão, Rodrigo Euripedes da Silveira, Rosimár Alves Querino, Fernanda Sousa Bastos de Moraes, Maria Carollina Vieira Cardoso, Letícia Carolina Buscaratti, Luana Cristina Silveira Gomes, Maria das Graças Carvalho Ferriani

Resumo


Este estudo tem como objetivo descrever e discutir atividades de promoção de saúde realizadas junto a escolares com idades entre oito e dez anos de uma escola pública em um município mineiro. As práticas foram realizadas por estudantes dos cursos de Terapia Ocupacional, Educação Física e Nutrição no período de fevereiro de 2017 a julho de 2018, três vezes por semana. Elas consistiam em estratégias lúdicas e no emprego de tecnologias leves capazes de promover acolhimento e incentivar a expressão das crianças, possibilitando a investigação dos determinantes sociais de saúde (DSS) que permeavam suas comunidades e estilos de vida. Destacaram-se dentre os DSS: diversidade de configurações familiares, rede comunitária proximal e informal ampla; subemprego, analfabetismo, acesso descontínuo a serviços públicos, violência doméstica, distanciamento da escola e alimentação inadequada. Neste cenário, a promoção da saúde dos escolares demanda comprometimento institucional amplo, envolvimento das famílias e sensibilização das crianças para o autocuidado.


Palavras-chave


Promoção da saúde; Saúde escolar; Determinantes sociais de saúde; Ensino

Referências


Albuquerque, O.M.R., Alves, C.S., Campos, H.M., Martins, A.M., Lyra, C.O., & Rodrigues, C.S. (2016). Construção de ambientes saudáveis na escola: inovações na participação de crianças. Revista Eletrônica Debates em Educação Científica e Tecnológica, 6(4), 3-20.

Aragão, A.S., Ferriani, M.G.C., Vendruscollo, T.S., Souza, S.L., & Gomes, R. (2013). Primary care nurses' approach to cases of violence against children. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 21(spe), 172-79.

Assis-Loureiro, M. (2017). Relação família-escola: educação dividida ou partilhada?. International Journal of Developmental and Educational Psychology. Disponível em:

Ayres, J.R.C.M. (2009). Organization of Health Care Actions: models and practices. Saúde e Sociedade, 18(Supl.2), 11-23.

Barbosa, I.G., Alves, N.N.L., Silveira, T.A.T.M., & Soares, M.A. (2014). A educação infantil no PNE: Novo plano para antigas necessidades. Retratos da Escola, 8(15), 505-18.

Barbosa, R.F.M., Martins, R.L.D.R., & Mello, A.S. (2017). Brincadeiras lúdico-agressivas: tensões e possibilidades no cotidiano na educação infantil. Movimento (ESEFID/UFRGS), 23(1), 159-70.

Bezerra, I.M.P., & Sorpreso, I.C.E. (2016). Conceitos de saúde e movimentos de promoção da saúde em busca da reorientação de práticas. J. Hum. Growth Dev. 26(1), 11-20.

Brasil. Ministério da Educação. Decreto Nº 6.286, de 5 de Dezembro de 2007. Institui o Programa Saúde na Escola - PSE, e dá outras providências. Disponível em:

Brasil. Ministério da Saúde. Carta de Ottawa. 1986. Disponível em:

Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de Assistência Social. (2004). Política Nacional de Assistência Social PNAS. Brasília. Disponível em:

Brasil. Ministério da Saúde. (2017). Portaria Nº 2.436. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em:

Cardoso, A.V.M., & Teixeira, S.M. (2017). Políticas de Atenção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco. Emancipação, 17(1), 45-57.

Carmo, M.E., & Guizardi, F.L. (2017). Desafios da intersetorialidade nas políticas públicas de saúde e assistência social: uma revisão do estado da arte. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 27(1), 1265-86.

Carvalho, F.F.B. (2015). A saúde vai à escola: a promoção da saúde em práticas pedagógicas. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 25(4), 1207-27.

CNDSS. Comissão Nacional Sobre Os Determinantes Sociais De Saúde. (2004). As causas sociais das iniquidades em saúde Brasil. Relatório final da CNDSS. Brasília/DF. Disponível em

Dahlberg, L.L., & Krug, E.G. (2006). Violência: um problema global de saúde pública. Ciência e saúde coletiva, 11(Supl.1), 1163-79.

Dahlgren, G., Whitehead, M. (1993). Tackling Inequalities in Health: What can we Learn from What has Been Tried? Working paper prepared for The King’s Fund International Seminar on Tackling Inequalities in Health, Ditchley Park, Oxfordshire, September. London, King’s Fund.

Dahlgren, G., Whitehead, M. (2007). Editors. European Strategies for Tackling Social Inequities in Health: Levelling Up Part 2. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe;. p. 20–32.

Del Priore, M. (2013). História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto.

Fé, M.C.M., Rodrigues, D.P., Barbosa, E.M.G., Vasconcellos, M.M., Sousa, V.M.A., & Queiroz, M.V.O. (2014). The family health strategy and health technologies: a reflective analysis. Rev enferm UFPE on line. 8(7), 1832-40.

Forproex. (2012). Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. Plano Nacional de Extensão Universitária. MEC e SESu. Disponível em:

Freire, P. (2013). Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Garbois, J. A., Sodre, F., & Dalbello-Araujo, M. (2014). Determinantes sociais da saúde: o “social” em questão. Saúde e Sociedade. 23(4), 1173-82.

Gontijo, D.T., Buiati, P.C., Santos, R.L., & Ferreira, A.T.D. (2012). Factors related to the institutionalization of children and adolescents received in the district of Uberaba – MG. Rev Bras Promoç Saúde, 25(2), 139-50.

Henick, A. C., & Faria, P. M. F. (2015). História da Infância no Brasil [Artigo] Em: Anais do XII Congresso Nacional de Educação. Curitiba, PR. Disponível em:

Imbrizi, J.M., Kinker, F.S., Azevedo, A.B., & Jurdi, A.P.S. (2018). Narrativas de vida como estratégia de ensino-aprendizagem na formação em saúde. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, 22(66):929-38.

Medeiros, S. (2017). Iniciativa Educação, Pobreza e Desigualdade Social: concepção e instituição. Em Aberto, 30 (99), 115-28.

Merhy, E. E., & Feuerwerker, L. C. M. (2018). Novo olhar sobre as tecnologias de saúde: uma necessidade contemporânea. Disponível em

Minayo, M.C.S. (2013). Violência e Educação: impactos e tendências. Revista Pedagógica, 15(31), 249-64.

Morés, F.B., & Silveira, E. (2013). Desvelando a concepção de saúde em um grupo de crianças inseridas em atividades de promoção da saúde. Saúde em Debate, 37(97), 241-50.

Pellegrini-Filho, A. (2011). Políticas públicas e os determinantes sociais da saúde: o desafio da produção e uso de evidências científicas. Cadernos de Saúde Pública. 27(Supl.2), 135-140.

Peterman, A., Neijhoft, A.N., Cook, S., & Palermo, T.M. (2017). Understanding the linkages between social safety nets and childhood violence: a review of the evidence from low- and middle-income countries. Health Policy and Planning, 32(7), 1049–71.

Ribeiro, K.G., Andrade, L.O.M., Aguiar, J.B., Moreira, A.E.M.M., & Frota, A.C. (2018). Educação e saúde em uma região em situação de vulnerabilidade social: avanços e desafios para as políticas públicas. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, Disponível em:

Sanicola, L. (2008). As dinâmicas de rede e o trabalho social. São Paulo: Veras.

Waiselfisz, J.J. (2013). Homicídios e juventude no Brasil. Mapa da Violência 2013.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.




ISSN: 1981-1330