Percepção de saúde de uma população quilombola localizada em região urbana

Luiz Gustavo Fernandes da Rosa, Mitiyo Shoji Araujo

Resumo


Este estudo objetivou compreender a percepção de saúde por uma população remanescente de quilombolas do município de Canoas/RS. Teve abordagem qualitativa, com amostra de 12 pessoas adultas residentes na Comunidade Chácara das Rosas, submetidas à entrevista semiestruturada, seguida de análise de conteúdos na modalidade temática operacionalmente proposta por Minayo. Revelaram-se três categorias centrais: Processo saúde-doença e autocuidado sob a ótica da realidade quilombola; Fatores individuais e sócio ambientais determinantes do processo saúde doença; Sistema social e de assistência à saúde ineficientes associados ao reduzido empoderamento para o exercício do direito de saúde. Constatou-se a existência da percepção distorcida de saúde, doença e autocuidado, além de determinantes sociais de saúde relacionados ao ambiente urbano, desinteresse social e ineficiência do setor saúde para o atendimento do grupo étnico e desconhecimento dos quilombolas em relação à Política Nacional de Saúde Integral da População Negra com reduzida participação em espaços de controle social.


Palavras-chave


Percepção; Saúde; Grupo com ancestrais do continente africano

Referências


Bandurka, J., Medeiros, R. M., & Bergamo, B. (2017). Olhares de enfermeiras gestoras da Atenção Primária à Saúde sobre uma política de saúde equitativa. Revista de Enfermagem da UFSM, 7(2), 262–275. doi:10.5902/2179769226742

Botelho, P., & Camargo, M. E. B. de (2016). (no prelo). Condições sanitárias e de saúde da Comunidade Quilombola Chácara das Rosas/RS. Manuscrito não publicado.

Brasil. (2003). Decreto n. 4.887. (2003, 20 de novembro). Recuperado em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4887.htm.

Brasil. (2017a). O Brasil está de braços abertos para a saúde da população negra. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Brasil. (2017b). Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política do SUS (3a ed.). Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Brasil. (2009). Portaria n. 992. (2009, 13 de maio de 2009). Recuperado em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt0992_13_05_2009.html.

Budó, M. D. L. D., Schimith, M. D., Garcia, R. P., Seiffert, M. A., Simon, B. S., & Silva, F. M. da (2014). Concepções de saúde de usuários e profissionais de uma estratégia de saúde da família. Revista de Enfermagem da UFSM, 4(2), 439–449. doi: 10.5902/2179769210461

Chehuen Neto, J. A., Fonseca, G. M., Brum, I. V., Santos, J. L. C. T. dos, Rodrigues, T. C. G. F., Paulino, K. R., & Ferreira, R. E. (2015). Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: implementação, conhecimento e aspectos socioeconômicos sob a perspectiva desse segmento populacional. Ciência & Saúde Coletiva, 20(6), 1909–1916. doi:10.1590/1413-81232015206.17212014

Durand, M. K. (2016). Promoção da saúde das mulheres quilombolas: a relação com os determinantes sociais. Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. Recuperado em https://www.bertelsmann-stiftung.de/fileadmin/files/BSt/Publikationen/GrauePublikationen/MT_Globalization_Report_2018.pdf%0Ahttp://eprints.lse.ac.uk/43447/1/India_globalisation%2C society and inequalities%28lsero%29.pdf%0Ahttps://www.quora.com/What-is-the

Farias, K. P., Crossetti, M. da G. O., Góes, M. G. O. de, & Portella, V. C. (2016). Práticas em saúde: ótica do idoso negro em uma comunidade de terreiro. Revista Brasileira de Enfermagem, 69(4), 633–640. doi:10.1590/0034-7167.2016690403i

Fundação Cultural Palmares (2019). Comunidades Remanescentes de Quilombos (CRQ’s). Recuperado em http://www.palmares.gov.br/.

Jaramillo, A. N. M. (2018). Territorio, lugares y salud: redimensionar lo espacial en salud pública. Cadernos de Saude Publica, 34(1), 1–12. doi: 10.1590/0102-311X00075117

Jorge, A. L. (2015). Movimento Social Quilombola: Considerações Sobre Sua Origem e Trajetória. Revista Vértices, 17(3), 139–151. doi: 10.19180/1809-2667.v17n315-08

Lima, S. H. S. (2011). . Entre as lógicas do Estado e as comunidades quilombolas: reflexões sobre os percursos administrativos da regularização fundiária. Manuscrito não publicado.

Minayo, M. C. S. (2014). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec Editora.

Pallarés, E. C., Alves, G. G., Aerts, D., Câmara, S., & Tovo, M. (2016). Atenção primária em saúde: a adequação ao modelo da vigilância da saúde em município do sul do Brasil. Aletheia, 49(2), 89–109. Recuperado em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/aletheia/v49n2/v49n2a10.pdf.

Prestes, C. R. S. ., & Paiva, V. S. F. (2016). Abordagem psicossocial e saúde de mulheres negras: vulnerabilidades, direitos e resiliência. Saude e Sociedade, 25(3), 673–688. doi: 10.1590/s0104-129020162901

Rosa, L. G. F. da, Christóvão, R. G., Furlin, M., & Lasta, J. B. (2019). Percepções e ações dos enfermeiros em relação ao racismo institucional na saúde pública. Revista de Enfermagem da UFSM, 9(8), 1–19. doi: 10.5902/2179769231131

Santos, D. de S., Tenório, E. de A., Brêda, M. Z., & Mishima, S. M. (2014). Processo saúde/doença e estratégia de saúde da família: o olhar do usuário. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 22(6), 1–8. doi:10.1590/0104-1169.0002.2496

Santos, V. C., Boery, E. N., Pereira, R., Rosa, D. de O. S., Vilela, A. B. A., Anjos, K. F. dos, & Boery, R. N. S. de O. (2016). Condições sócioeconômicas e de saúde associadas à qualidade de vida de idosos quilobolas. Texto & Contexto - Enfermagem, 25(2), 1–9. doi:10.1590/0104-07072016001300015

Viegas, D. P., & Varga, I. V. D. (2016). Promoção à saúde da mulher negra no povoado Castelo, município de Alcântara, Maranhão, Brasil. Saude e Sociedade, 25(3), 619–630. doi:10.1590/S0104-129020162577

Zank, S., Ávila, J. V. da C., & Hanazaki, N. (2016). Compreendendo a relação entre saúde do ambiente e saúde humana em comunidades Quilombolas de Santa Catarina. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 18(1), 157–167. doi: 10.1590/1983-084X/15_142


Apontamentos

  • Não há apontamentos.




ISSN: 1981-1330