Da “Falange Gaúcha” aos “Bala nos Bala”: a emergência das “facções criminais” em Porto Alegre (RS) e sua manifestação atual

Marcelli Cipriani

Resumo


Este artigo visa a analisar o aparecimento da “facção criminal” Falange Gaúcha no estado do Rio Grande do Sul em 1987, ressaltando sua vinculação com as características do sistema penitenciário do estado. Dessa feita, remonta-se o cenário do Presídio Central de Porto Alegre (PCPA) quando da emergência do grupo, a fim de situa-lo no contexto de intensas instabilidades que era observado, à época, no estabelecimento. Em seguida, investiga-se o surgimento, nas últimas décadas, de outras “facções” no município, relacionando-o com as estratégias de gestão da população carcerária que foram empregadas pela Polícia Militar – que, em 1995, passou a administrar os maiores presídios sul-rio-grandenses, até então sob responsabilidade da Superintendência de Serviços Penitenciários (SUSEPE). Argumenta-se, no trabalho, que apesar de a atuação policial no PCPA ter contribuído diretamente para a diminuição dos abusos, opressões, motins e fugas em massa que nele vinham ocorrendo, ela também impactou rearranjos nas dinâmicas do “mundo do crime” local, propiciando a emergência, a estabilidade e o fortalecimento de outros grupos criminais no município, e influindo na intensificação das violências para além dos muros do cárcere. 


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.