Hidropsia dos envoltórios fetais em vaca anã associada à má-formação fetal

Cristina Terres Dreyer et al.

Resumo


Foi atendida no Hospital Veterinário da ULBRA uma fêmea bovina considerada miniatura de vaca, prenhe de aproximadamente 6 meses, com suspeita de deslocamento de abomaso para a esquerda, sendo confirmada a suspeita durante a anamnese e exame clínico. Foi decidida a realização do procedimento cirúrgico para a correção do posicionamento do abomaso. Até a realização do procedimento, a paciente foi tratada de forma sintomática, com fluidoterapia associada à glicose a 50%, antibioticoterapia, além de antiinflamatórios e analgésicos. Ao se realizar a laparotomia, foi possível identificar uma distensão uterina exagerada, contendo um significativo volume de líquido, ocupando uma grande parte da cavidade abdominal, levando a alteração da posição do estômago junto à parede abdominal esquerda. A partir do achado foi determinada a etiologia do quadro como sendo de hidropsia dos envoltórios fetais. Esta patologia apresenta-se com acúmulo anormal de líquido seroso em tecidos e ou cavidades do corpo, podendo ser de líquido alantoide (hidroalantoide) dentro do saco alantoico ou de líquido amniótico (hidrâmnio) no saco amniótico no útero. O abortamento foi instituído como terapêutica. Durante o abortamento houve a necessidade da tração forçada devido à atonia uterina em função da sua distensão. O feto abortado apresentava má-formação com sinais de hidrocefalia, fenda palatina, prognatismo, fechamento incompleto da parede abdominal e consequente evisceração abdominal. Baseado nos achados encontrados no feto, o quadro clínico ficou mais evidente, e sendo definido como de hidrâmnio. Com a eliminação do acúmulo excessivo de líquido e o abortamento houve a descompressão sobre vísceras permitindo o reposicionamento do abomaso levando a paciente a manifestar o comportamento típico da espécie e melhora clínica significativa. A alta foi prescrita 48 horas após o aborto, sendo indicado um tratamento de suporte por 5 dias, além de esclarecimentos sobre a não realização de um novo acasalamento.

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ISSN:1679-5237