ANÁLISE DA SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS DA NEURAMINIDASE DOS VÍRUS INFLUENZA A H1N1PDM09 CIRCULANTES NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE 2009 E 2012

Silvia De Carli, Fernanda Kieling Moreira Lehman, Camila Marx, Alessandra Borchardt, Vagner Ricardo Lunge, Nilo Ikuta

Resumo


A gripe é uma doença infecciosa epidêmica aguda causada pelo vírus da influenza e que ocorre em aves e mamíferos, incluindo o homem. A mais recente pandemia de gripe humana foi causada pelo vírus influenza A H1N1pdm09 com mais de 30.000 casos confirmados no Brasil. No Rio Grande do Sul (RS), 3.585 casos foram positivos em 2009 (298 óbitos), 108 em 2011(13 óbitos) e 517 em 2012 (66 óbitos). A evolução dos vírus influenza ocorre devido a mutações no genoma com consequentes variações antigênicas das sequências das proteínas hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). O objetivo deste estudo foi analisar a diversidade das sequências de aminoácidos da NA dos vírus influenza A H1N1pdm09 que circularam no RS entre os anos de 2009 a 2012, bem como verificar a ocorrência de casos de resistência aos inibidores de NA. Foram selecionadas 365 amostras clínicas de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e com diagnóstico confirmado de infecção pelo vírus A H1N1pdm09, entre os anos de 2009 e 2012 (sendo 140 do ano de 2009, 105 de 2011 e 120 de 2012). Estas amostras foram submetidas à extração do RNA pelo método de adsorção em sílica e após amplificação pelas técnicas de RT-PCR e Nested PCR. Os produtos de amplificação foram submetidos ao sequenciamento de nucleotídeos e as sequências de aminoácidos da NA foram deduzidas e analisadas comparativamente. Os resultados mostraram elevado grau de identidade entre todas as amostras analisadas (97,1% e 100%), sendo observadas apenas alterações pontuais de aminoácidos em relação à cepa original (e vacinal) A/Califórnia/07/2009. Foram observados oito diferentes padrões de sequências em 2009, 21 em 2011 e 25 em 2012. Adicionalmente foram observadas alterações pontuais características na grande maioria das amostras circulantes no RS, como I241V em todas as amostras do ano 2009 (mas raramente em 2011 e 2012) e V106I em praticamente todas as amostras dos três anos. Outras alterações pontuais importantes foram V81A (n=16), S95N (n=39), T157A (n=30) e I193V (n=39) em 2011, I188T (n=22) e C285S (n=70) em 2012. A análise das modificações que conferem resistência aos inibidores da NA demonstrou a ocorrência de três amostras com a alteração H275Y (resistência comprovada ao oseltamivir) e uma com a substituição S247N (provável resistência ao oseltamivir).


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DOI: https://doi.org/10.4322/ic.v1i12.1111