ESTUDO IN SILICO DA INTERAÇÃO DO Δ9-TETRAHIDROCANABINOL COM PROCESSOS BIOLÓGICOS EM Drosophila melanogaster E Homo sapiens

Gabrielle Nunes Da Silva, Ana Paula de Souza, Felipe Umpierre Conter, Mauricio Lehmann, Rafael Rodrigues Dihl

Resumo


Cannabis sativa L. (C. sativa) é uma espécie do gênero Cannabis, pertencente à família Cannabaceae. Possui uma grande quantidade de substâncias ativas chamadas canabinoides (CBs), dentre eles destacamos o Δ9-tetrahidrocanabinol (THC), o responsável pelos efeitos psicoativos atribuídos à C. sativa. Drosophila melanogaster é utilizada como organismo modelo para o estudo de processos moleculares, celulares e de desenvolvimento de doenças já que, 75% de seus genes possuem ortólogos em humanos, o que vem contribuindo ao longo dos anos para a melhor compreensão dos mecanismos que são conservados em seres humanos. Em razão disso, utilizamos a biologia de sistemas, uma ferramenta de bioinformática, para realizar uma caracterização inicial da forma como o THC poderia interagir com os sistemas biológicos da mosca da fruta e seres humanos. Redes de proteínas e THC foram fusionadas utilizando STITCH 5.0, STRING 11.0 e o software Cytoscape 3.5. Embora D. melanogaster não possua receptores CB1 e CB2, que são receptores canabinoides bem estabelecidos em humanos, foram identificados 112 nós e 888 conectores para o D. melanogaster. Uma rede composta por 136 nós e 2447 conectores para Homo sapiens também foi criada e, quando comparados os resultados de centralidades de ambas as redes, observamos que as seis proteínas, com maior valor dentro da rede (Hub-bottleneck), eram ortólogas entre os dois organismos de estudo. Desta maneira, os resultados mostram que o THC possui capacidade de interagir com proteínas relacionadas à receptores acoplados à proteína G, proteínas ribossomais e ainda ubiquitina tanto em D. melanogaster quanto em H. sapiens. Estes resultados apontam para a possibilidade de utilizar D. melanogaster como organismo experimental em estudos que envolvem a avaliação da toxicidade e genotoxicidade de canabinoides, como o THC, com um bom nível de extrapolação dos resultados para humanos.

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DOI: https://doi.org/10.4322/ic.v0i18.6144