Entre o aqui e o além: o túmulo como lugar de memória na Electra de Eurípides

Naiana Correia Machado, Márcia Cristina Lacerda Ribeiro

Resumo


Este artigo tem por objetivo analisar o túmulo de Agamêmnon na tragédia Electra de Eurípides, representada em Atenas por volta de 415 a.C. Nosso intuito é discutir como o espaço tumular é transformado em objeto de disputa e opera como lugar de memória do morto na comunidade. Por um lado, os filhos de Agamêmnon, Orestes e Electra, lutam ardorosamente pela preservação da memória do pai e pela conservação de sua honra; por outro, Egisto, o assassino de Agamêmnon e usurpador do seu trono, concentra suas forças em apagar da memória do povo o grande rei Atrida. Um dos estratagemas utilizados por Egisto, de forma astuciosa, é enterrar Agamêmnon nos confins da pólis, negando ao morto a continuação do convívio com a comunidade. Tomamos de empréstimo o conceito lugar de memória de Pierre Nora (1993), colocando-o em sintonia com o sentido que os gregos antigos emprestavam à memória.


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DOI: https://doi.org/10.29327/227811.23.54-21

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