A representação da criada nas tragédias cariocas de Nelson Rodrigues

Mariana Filgueiras de Souza, Eurídice Figueiredo

Resumo


Dramaturgo responsável pela modernização do teatro brasileiro e um dos principais autores da história teatral do país, Nelson Rodrigues (1912-1980) escreveu 17 peças entre 1941 e 1978, investigando a família e suas contradições, o fluxo de consciência do homem e seu inconsciente coletivo. Em sete das peças que foram classificadas pelo crítico Sabato Magaldi como "tragédias cariocas", aparece uma personagem recorrente: a empregada doméstica. Figura fundamental para entender as complexidades da sociedade brasileira pós-Abolição, a "criada" é representada de maneira estereotipada tanto no texto ficcional quanto nas rubricas do autor, que não a nomeia, mas a identifica por características físicas animalizantes, sexualizadas, atribuindo a ela apenas a função de escada, figuração ou coro nas obras. O presente artigo analisa a construção desses estigmas em cada uma das peças, e investiga de que maneira eles configuram não um simples recorte da realidade ou uma denúncia social, mas um recurso estilístico do autor.


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